O 37º Encontro Nacional do Plástico – ENP que reuniu empresas da cadeia produtiva do plástico, aconteceu no dia 27 de novembro de 2020. Neste ano, por causa da pandemia do novo coronavírus, o evento foi realizado virtualmente.
O encontro contou com as palestras de Gerson Camarotti sobre o cenário político e econômico do país, ele que é comentarista político da GloboNews e do Bom dia Brasil da TV Globo; e de Silvio Meira, professor emérito da UFPE, que abordou o tema inovação e criatividade em tempos de crise.
O evento foi promovido pela ABIPLAST, patrocinado pela FEIPLASTIC – principal feira do setor plástico no Brasil, e pelo SINDIPLAST (Sindicato da Indústria de Material Plástico, Transformação e Reciclagem de Material Plástico do Estado de São Paulo).
APRESENTAÇÃO:
Boa tarde, sras. e srs., meu nome é Maurício Faria e é um grande prazer estar aqui com vocês para apresentar o 37º Encontro Nacional do Plástico promovido pela Associação Brasileira da Indústria do Plástico – Abiplast.
Este ano, devido à pandemia, o evento está em um novo formato seguindo as orientações de distanciamento social.
Agradecemos aos patrocinadores: Feiplastic – principal Feira do setor plástico no Brasil, com mais de 30 anos de história e, também, ao Sindiplast – Sindicato da Indústria de Material Plástico, Transformação e Reciclagem de Material Plástico do Estado de São Paulo, pela realização desse evento.
Nós agradecemos, também, a todo o setor plástico e aos palestrantes que estão nos prestigiando hoje.
Dando início à 37ª edição desse tradicional encontro, convidamos o Sr. José Ricardo Roriz Coelho, presidente da Abiplast e do Sindiplast, para realizar a abertura do evento.
Sejam todos muito bem-vindos!
José Ricardo Roriz Coelho:
“Sras. e Srs., boa tarde!
Agradeço a participação de todos vocês em nosso 37º Encontro Nacional do Plástico!
É um grande prazer encontrá-los com saúde nesse ano tão atípico de 2020!
Atravessamos um momento muito delicado; nossas vidas mudaram depois que o planeta foi severamente impactado pela chegada da pandemia do novo coronavírus.
A crise, em sua fase mais aguda, trouxe muita instabilidade em nossas casas, em nossas vidas e em nossas empresas, mas trouxe, também, muitos desafios e oportunidades aos empresários. Aprendemos a fazer negócios de uma forma diferente e aprendemos a lidar melhor com a tecnologia, promovendo encontros produtivos on-line, dentro e fora de nosso ramo; temos participado no nosso dia-a-dia de várias mídias; não deixamos de falar com as pessoas, não deixamos de nos comunicar.
Hoje mesmo, pela manhã, tivemos uma reunião de nosso Conselho da Abiplast com a Diretoria, discutindo importantes assuntos para nosso setor e nós, da indústria do plástico, e também mostramos união em torno de nossas prioridades no sentido da preservação e proteção da saúde de mais de 380.000 pessoas nas mais de 12.500 fábricas do setor de plásticos.
Quando começou a pandemia, nós, pelo lado da ciência, através de informações de especialistas, procuramos nos orientar para preservarmos a saúde de nossos funcionários e dos nossos empregados.
Também, desde o início do problema, nosso setor agiu para atender a demanda não só do mercado dos produtos utilizados na área específica da saúde, que usa muito o plástico, como também em outras áreas como delivery, etc…
A maioria dos empresários de nosso setor ficou em casa, “tocando” os negócios pelo telefone ou pelo vídeo, e percebemos uma série de nuances em nossas vidas que a rotina nos tirava no dia-a-dia, como os problemas de deslocamento, problemas de congestionamento do trânsito, etc. Tivemos, portanto, esse lado positivo.
Muito clientes, também, ficaram em casa e a nossa forma de fazer negócios mudou totalmente. Com relação às nossas empresas, foi necessário adotar protocolos para proteger nossas equipes e conseguir mantê-las ativas.
Com relação ao comércio eletrônico, tivemos informações que, em vários setores, houve um aumento até de 300% de vendas on-line. Muitos de nossos funcionários passaram, também, a trabalhar em casa, no sistema home-office.
A sociedade, por outro lado, aproximou-se novamente do plástico e compreendeu a sua importância e os seus benefícios. Houve a obrigatoriedade, p.ex., do uso de máscaras, de uso descartável, as quais, muitas vezes, são de polipropileno.
Com relação às embalagens, é fato notório que as de plástico facilitaram em relação à problemática de higienização dos produtos, além do uso dos frascos de álcool 70% e de álcool em gel. Também nos hospitais, cada vez mais os produtos plásticos se tornaram essenciais.
Portanto, as áreas da saúde, dos alimentos e de embalagens aumentou bastante sua demanda pelos produtos plásticos, já que as pessoas começaram a receber suas encomendas de uma forma diferente em suas próprias casas. Tivemos que fazer uma série de adaptações nas nossas embalagens, nos nossos produtos: quando do fechamento do atendimento ao público em restaurantes, por exemplo, para que a pessoas pudessem comer em suas casas, tivemos que criar outros tipos de embalagens totalmente diferentes, e a indústria de plásticos soube atender a essa demanda, fazendo o possível para que não faltasse nada nos domicílios.
Ajudamos prontamente na criação de protocolos nas empresas; negociamos a redução de jornada de trabalho para evitar demissões; em alguns casos negociamos a manutenção do emprego para que pudesse haver fôlego na retomada e, além de tantas outras ações, aprofundamos a atuação da Rede de Cooperação Para o Plástico.
Tomamos, também, diversas iniciativas em prol do plástico, como a ação junto ao STF defendendo a promoção da economia circular e não a do banimento do plástico. No ano passado chegou-se a falar até em se banir os descartáveis! Imaginem como estaríamos se essa proposta tivesse sido aprovada e, com o surgimento da pandemia, se nós não tivéssemos copos descartáveis utilizados, por exemplo, pelo pessoal da área da saúde como uma forma de prevenção à contaminação!
Como falei anteriormente, para enviar alimentos para as residências utiliza-se embalagens plásticas e elas são posteriormente descartadas. Por isso, temos que conscientizar a população que as mesmas devem ser reutilizadas ou recicladas e, portanto, serem novamente inseridas no processo produtivo, superando os desafios de mantermos o avanço em agendas extremamente importantes para o nosso futuro, como é a questão da sustentabilidade.
Recentemente, vencido o período mais crítico da covid, as rédeas para o atendimento do mercado se tornaram mais flexíveis; as empresas em dificuldade começaram a ser recuperadas e a mão-de-obra recontratada.
Houve oportunidades percebidas por indústrias que se adaptaram para atender a demanda aquecida de diversas cadeias produtivas. Foi assim que muitas lançaram novas linhas de produtos dentro dessa nova fase que chamamos de “novo normal”.
O resultado disso é que as empresas associadas, a Abiplast, já estão mobilizadas para suprir com agilidade as necessidades da crise atual.
Temos um grande problema, atualmente, que é o do abastecimento de matérias-primas. Com os aumentos excessivos dos preços das nossas matérias-primas, o mercado ficou sem referências: ele não está sendo atendido como deveria ser exclusivamente por falta de matérias-primas, já que nosso setor tem todas as possibilidades de atender tanto o mercado interno como o externo. Ele não está conseguindo fazer isso por falta de matéria-prima.
Em alguns momentos, muitos de nós chegaram a pensar que não sairíamos desse desastre. Mas, com a colaboração de todas as empresas, de parentes, de amigos, da nossa Associação, estamos hoje aqui dando mais um passo para superarmos todos esses problemas. E estamos, também, na expectativa de que apareça logo a vacina, pois somente a vacina pode atenuar esse problema que atingiu toda a população do mundo.
Queremos ser mais do que sobreviventes do caos; queremos crescer, queremos prosperar, queremos gerar riquezas e empregos, contribuir para a proteção de toda a população; queremos, enfim, fazer a diferença!
Por isso, no próximo ano, continuaremos com nossa missão de promover a competitividade dos setores, discutir com a sociedade, criar novos modelos de negócios que aprofundem a economia circular do nosso setor.
Continuaremos com nossa missão de lutar pela redução do custo Brasil e pelas reformas tributárias, reformas administrativas mais amplas. Sabemos hoje que o custo Brasil se encontra num patamar muito acima da média dos países do ocidente. Temos a grande tarefa de interagir com os atores dessas ações para a redução do custo Brasil.
Nosso país precisa de uma aproximação conjunta profunda com a reforma tributária que hoje é o elemento principal do quadro do custo Brasil. De cada R$ 3,00 que o governo arrecada, R$ 1,00 fica com a indústria; embora ela esteja com 11% da participação do PIB, nós voltamos a valores de 50 anos atrás, sendo que é a indústria que gera os melhores empregos, que paga os melhores salários. Também quando se exporta, em 30% do produto estão embutidos serviços: serviço de marketing, de designer, serviço de portabilidade, serviços de despachos aduaneiros, serviço de logística… Ou seja, a indústria é o setor que mais alavanca o crescimento.
Outros setores têm crescido, têm batido recordes nos últimos anos, mas o Brasil não tem conseguido crescer, o Brasil não tem conseguido gerar empregos de boa qualidade. Isso porque a indústria está encolhendo cada vez mais. E o nosso papel, nossa aposta, é inverter essa situação. Nossa agenda prioritária é atacar o problema que afugenta os investimentos tão necessários para incorporar novas tecnologias, que é fundamental na integração das cadeias da indústria/serviços/comércio. Cada vez mais, a indústria está integrada à área de serviços, está integrada ao comércio e está mais perto do consumidor.
A pandemia gera oportunidade para ampliar as discussões sobre os caminhos da reciclagem e da coleta seletiva. O caminho não é banir o plástico; o caminho é a economia circular.
No ano que vem queremos continuar contando com todos vocês que ajudaram a atravessar essa fase: empresários, diretores de sindicatos, conselheiros, parceiros, fornecedores e a nossa equipe técnica da Abiplast e do Sindiplast.
Sou otimista e tenho a esperança de dias melhores; minha expectativa é que o governo e o Congresso Nacional acelerem as reformas necessárias para que no ano de 2021 os investimentos e crescimento possam ser alavancados.
É hora de focarmos no mais importante: a ciência, a medicina, o comércio e a indústria!
Queria fazer um agradecimento especial ao pessoal da Reed e da Feiplastic que estão patrocinando o evento, juntamente com o Sindiplast, trazendo essas discussões tão importantes para o nosso setor.
E agora, vamos tentar absorver todas essas informações com esses excelentes palestrantes, através de um “bate-papo” com pessoas que a gente vê todo dia e que são grandes formadores de opinião, que têm muita coisa para contribuir com o nosso setor e que serão apresentados aos senhores pelo mestre de cerimônias. Eu queria deixar registrado um agradecimento especial a eles por estarem com a gente hoje, nesse dia que é tão importante para nós que é o do 37º Encontro Nacional do Plástico.
Muito obrigado e uma boa reunião para todos!”
Maurício Faria:
“Muito obrigado Sr. José Ricardo pelo pronunciamento e antes de darmos início ao primeiro tema convidamos a todos para assistirem o vídeo institucional em homenagem ao setor plástico. Setor esse que foi e está sendo essencial neste momento crítico no país e no mundo.”
Iniciamos, então, as atividades dos 37º Encontro Nacional do Plástico com o tema: “Situação política no Brasil e os reflexos na economia”, com o palestrante Gerson Camarotti, comentarista político da GloboNews e do Bom Dia Brasil na TV Globo. Desde 2012 ele é, também, titular da coluna “Blog do Camarotti” no G1 e apresentador do programa “GloboNews Política” – Bem vindo Camarotti!
Gerson Camarotti começou parabenizando a apresentação anterior de José Ricardo sobre o envolvimento do setor dos plásticos, da Abiplast, como enfrentamento em todos os momentos da pandemia. Também afirmou que seu objetivo no evento não era de realizar uma palestra, mas de interagir num bate-papo com os presentes.
Camarotti fez uma ampla explanação sobre o cenário político atual do Brasil, trazendo questões sobre o grau de confiabilidade do governo brasileiro tanto interna como externamente.
Ele apontou que governo Bolsonaro não está conseguindo empreender uma direção coerente com seus propósitos apresentados durante a campanha eleitoral de 2018, trazendo como bandeira a agenda econômica liberal e o combate à corrupção. As reformas tributárias e administrativas foram adiadas, não só pelo impacto da pandemia, pandemia essa que muitas vezes foi tratada de forma errada pelo governo, foi negada sua importância, minimizando o sofrimento da população, mas, também, por tentar aumentar sua popularidade através da manutenção do Auxílio Emergencial, medida essa contrária às coordenadas liberais do próprio Ministro da Economia, Paulo Guedes.
Com relação aos outros países, Camarotti comentou que o governo Jair Bolsonaro também se encontra em situação muito delicada, pois além de haver uma série de equívocos por parte de elementos do governo federal em tentar entrar em conflito com importantes parceiros comerciais, como a China, por exemplo, o Brasil precisará realmente se importar e cuidar do meio-ambiente para que nossos produtos exportados não venham a perder o selo verde que garante confiabilidade dos mesmos.
Momento de conversa entre José Ricardo e Camarotti (Foto: Felipe Augusto Chagas N. Moraes)
Durante o bate-papo com os empresários, representados pelo José Ricardo, Camarotti voltou a enfatizar ser crucial para o Brasil sair da crise econômica em que se encontra que as reformas tributárias, administrativas, e o maior cuidado com o meio ambiente sejam efetivados.
Maurício Faria:
Prosseguindo, então, as atividades do 37º Encontro Nacional do Plástico, anunciamos o segundo e último tema do evento: “Inovação e criatividade em tempos de Crise” – Silvio Meira é Professor Extraordinário da Cesar.School; Professor Emérito do Centro de Informática da UFPE, Recife e cientista-chefe na The Digital Strategy Company. É fundador e presidente do conselho de administração do Porto Digital.
A seguir, uma “palhinha” da abertura da interessante palestra do Professor Sílvio Meira.
“Muito Boa tarde! É um grande prazer estar com vocês! Vou falar sobre inovação, sobre criatividade, sobre transformação digital, sobre pessoas, sobre dados, sobre mudanças aceleradas. Eu preparei esses “slides” para compartilhar aqui com vocês e é isso que vou fazer agora a partir desse botão de share aqui do zoom. Vai aparecer, na tela de cada um, uma apresentação que tem meu cartão de visitas. Ali aparece, também, o endereço de meu blog – silvio.meira.com – e o meu twiter : https://twitter.com/srlm
Lá no twitter eu falo, o tempo todo, sobre transformação digital, sobre tecnologia de informação e comunicação, sobre o impacto do digital nas vidas das pessoas, nos negócios, nos mercados, nesse mundo todo que a gente está vivendo.
Eu vou começar falando sobre inovação: a gente tem uma ideia, principalmente na indústria, que inovação é tecnologia, mas inovação não é tecnologia; inovação é mudança; mudança no comportamento de agentes no mercado como fornecedores e consumidores de qualquer coisa.”
Como dissemos, acima, reproduzimos, apenas, o trecho inicial da palestra, pois a mesma foi apresentada com projeções em powerpoint, o que a torna inviável de ser resumida. Entretanto, os interessados em maiores informações podem acessar o Professor Sílvio Meira através dos endereços de seu blog e seu twitter citados anteriormente.