Presidente da Abiplast realizou a abertura do 4º Congresso Brasileiro do Plástico

O presidente da ABIPLAST, José Ricardo Roriz Coelho, fez a abertura do 4º Congresso Brasileiro do Plástico, que aconteceu no dia 08/06.

Organizado pela SustenPlást, presidido por Alfredo Schimitt, com apoio da ABIPLAST, o evento foi no formato online com duas programações simultâneas e com foco na economia circular.

“Mais uma vez, o Congresso Brasileiro do Plástico está em sinergia com os grandes debates atuais da indústria do plástico, sobretudo sobre os desafios e soluções relacionados à economia circular”, ressaltou José Ricardo Roriz Coelho.

Além de economia circular, a 4ª edição do Congresso Brasileiro do Plástico teve palestras nacionais e internacionais com cases de inovações do setor, como embalagens impressas e flexíveis, importância do plástico no combate à Covid-19, entre outros assuntos.

Clique em https://www.youtube.com/watch?v=JPpLgSJICdQ&t=341s e assista a abertura do 4º Congresso Brasileiro do Plástico.

Para mais informações, acessar o site cbplastico.com.br

A seguir, o resumo de alguns temas que foram abordados no evento:

Embalagens flexíveis se apresentam como solução para redução, reuso e reciclagem de plásticos no mundo

 Guido Aufdemkamp, representante da indústria europeia de embalagens flexíveis, e Moisés Weber, diretor da PlastiWeber, apontaram as possibilidades sustentáveis das embalagens plásticas flexíveis na Europa e no Brasil durante o 4º Congresso Brasileiro do Plástico

A média de reciclagem na União Europeia é de 40%, segundo dados de 2018. Já no Brasil, apenas 18% dos municípios possuem coleta seletiva adequada. Os dados foram trazidos respectivamente por Guido Aufdemkamp, representante da indústria europeia de embalagens flexíveis, e Moisés Weber, diretor da PlastiWeber, durante o 4º Congresso Brasileiro do Plástico.

“O plástico tem o potencial de continuar sendo uma grande solução, mas agora isso só vai ser possível com a economia circular”, destacou Weber cuja Plastiweber Circular Plastics, de Feliz, no Rio Grande do Sul, produz embalagens flexíveis recicladas para aplicações de alto desempenho técnico. “Reciclagem é um dos principais processos para que a lógica da economia circular se concretize.” Para ele, quem vive o dia a dia do plástico percebe seu potencial na economia circular, apontando que o primeiro passo é um descarte adequado.

Para Aufdemkamp e a Flexible Packaging Europe, o ponto focal foi a crise climática, cuja solução também passa pela redução na quantidade de materiais utilizados. A solução, segundo o representante da FPE, está nas embalagens flexíveis, que necessitam de uma quantidade menor de matéria-prima para produção e ocupam um espaço menor de armazenamento.

“Não podemos viver sem embalagens, não em nosso mundo moderno, mas queremos ter o menor impacto possível. Por isso, uma abordagem holística é imprescindível”, explicou, destacando que leis da União Europeia decretam que todas as embalagens devem ser reutilizáveis ou recicláveis até 2030. “A associação FPE compartilha essa visão de tornar a União Europeia uma economia mais circular.”

Para atingir esse objetivo, Aufdemkamp explicou que um dos primeiros passos é a melhora do potencial de reciclagem das embalagens flexíveis, cuja produção e reciclagem já são menos poluentes do que materiais como vidro e alumínio, para que elas possam circular mais. O objetivo é que, até 2025, 80% das embalagens flexíveis na Europa sejam coletadas e recicladas. “Nós apoiamos um plano de economia circular e não apenas de reciclagem”, afirmou.

Guido Aufdemkamp
Formado em economia, trabalha para associações alemãs e europeias de embalagem flexível e folha de alumínio desde 2003. Sua atividade principal é representar a indústria europeia de embalagens flexíveis a nível europeu e internacional. Seu trabalho envolve relações públicas, estatísticas e análises de mercado, sustentabilidade e questões ambientais, legislação de contato com alimentos, bem como gestão de membros e gerente de conferências.
A FPE trabalha com uma ampla gama de questões relevantes para a indústria de embalagens flexíveis, principalmente embalagens para alimentos. Participam da FPE todos os principais fabricantes europeus de embalagens flexíveis que produzem sacolas, sachês, embalagem de líquidos, confeitaria e aplicações de embalagens farmacêuticas, e muito mais.
Saiba mais sobre a FPE em www.flexpack-europe.org

Moisés Weber
É Diretor da Plastiweber Circular Plastics, mais inovadora produtora de embalagens flexíveis recicladas para aplicações de alto desempenho técnico, sendo a 1º empresa das Américas a produzir plástico reciclado certificado EuCertPlast. Sócio da Lauro Weber Agrícola e da Werde – Circular Consult, Reciclador de Embalagens há mais de 20 anos, pioneiro em implantar os conceitos da Economia Circular em seus negócios. Administrador, pós-graduado em Gestão de Empresas pela FGV, Psicoterapeuta do Inconsciente, amante da natureza e da família.

Diretora de Economia Circular da Braskem falou sobre iniciativas de estímulo à economia circular dos plásticos

Fabiana Quiroga foi uma das palestrantes do 4º Congresso Brasileiro do Plástico e destacou projetos e parcerias da empresa, referência do segmento no país, para o fomento de ações de sustentabilidade.

Entre as palestras do 4º Congresso Brasileiro do Plástico, a diretora de Economia Circular da América do Sul da Braskem, Fabiana Quiroga, apresentou iniciativas da empresa para o fomento de ações de sustentabilidade, a partir da Economia Circular. O assunto foi uma dos mais aguardados do evento bienal, que ocorreu de forma online e reuniu especialistas no segmento do Brasil e do exterior.

Fabiana apresentou as ações e procedimentos que a Braskem vem desenvolvendo, no sentido de estimular toda a cadeia envolvida na produção e consumo de plásticos, e repensar sua aplicação, desde o desenvolvimento de produtos até seu descarte e reciclagem. “Entendemos que o consumidor faz parte disso, tanto no consumo consciente como no descarte correto. Apoiamos iniciativas como o Edukatu, que trabalha junto a escolas municipais, a fim de promover educação ambiental de crianças e adolescentes, bem como no suporte a ações com catadores”, frisou.

A diretora de Economia Circular explicou a metodologia proprietária que a empresa desenvolveu, a fim de auxiliar na tomada de decisão dos clientes da Braskem, ajudando as empresas a alcançarem seus compromissos de sustentabilidade para 2025 e 2030. Ela citou ações como a do papel higiênico Neve, por exemplo: “o rolo do papel é um dos componentes mais difíceis de encaixar na cadeia de reciclagem e foi desenvolvida uma solução para eliminar o rolo, algo que parece simples, mas inovador e com grande impacto”.
Ela destacou, também, cases de sucesso que, inclusive, renderam prêmios à empresa, como a parceria com Heineken e Natura para transformação de copos plásticos usados em grandes eventos em esferas (rollon) de desodorantes corporais, a partir de resina reciclada.

Reciclagem química

Fabiana falou, também, sobre a reciclagem química que é complementar à mecânica, mais comum no Brasil. “Estamos focados no desenvolvimento desta tecnologia, apoiando o avanço de pesquisas e testes. Do ponto de vista de aplicação mostra-se muito eficiente, pois no final do processo temos uma resina virgem novamente, que pode ser aplicada em todos os segmentos, sem restrição”, afirmou. Ela comentou que a Braskem desenvolveu parcerias com um instituto holandês e o SENAI, a fim de buscar viabilidade econômica para esse formato de reciclagem.

“Criar soluções sustentáveis da química e do plástico é um dos objetivos da Braskem e de inúmeras empresas do ramo petroquímico”. Para o presidente do Instituto SustenPlást, Alfredo Schmitt, a palestra trouxe informações importantes sobre esse segmento. “É primordial que todos entendam a importância das ações individuais e coletivas para que a Economia Circular seja uma realidade cada vez mais presente na sociedade”, pontuou.

A palestrante
Fabiana Quiroga é executiva com mais de 18 anos de experiência na Indústria Petroquímica, assumiu a diretoria dos Negócios de Economia Circular na Braskem S.A. em outubro de 2017, com o objetivo de liderar a estratégia global de Economia Circular, com foco no desenvolvimento da cadeia de reciclagem, para produção de resinas recicladas de PE e PP com qualidade e rastreabilidade na América do Sul, ampliando o portfólio de soluções sustentáveis e inovadoras, o mercado e novas aplicações para valorização dos reciclados.
É presidente do Conselho Diretivo da Plastivida, organização sem fins lucrativos, que objetiva coordenar ações junto aos diversos elos da cadeia do plástico para
valorização da imagem, conscientização do uso e descarte adequado dos resíduos plásticos.

“Existe uma embalagem para cada um” afirma Ronald Sasine durante palestra no o 4º Congresso Brasileiro do Plástico

Fundador e Consultor Principal da Hudson Windsor Assessoria Empresarial Limitada analisou a influência de varejistas, consumidores e governos no mercado de embalagens dos Estados Unidos

Para o Fundador e Consultor Principal da Hudson Windsor Assessoria Empresarial Limitada, Ronald Sasine, o futuro das embalagens plásticas nos Estados Unidos e no mundo depende da influência de cinco grupos: varejistas, organizações não-governamentais, consumidores, governos e empresas de embalagem (CPGs). “No caso das companhias do ramo, o compromisso com o meio ambiente, além de uma crença pessoal dos executivos, também passa por uma preocupação com a relevância no mercado e com a lucratividade futura”, explicou Sasine durante sua palestra no 4º Congresso Brasileiro do Plástico.

“O plastico é um material tão maravilhoso que, se não existisse, teria que ser inventado”, destacou o especialista. “Sem uma relevância no mercado atual, sem a participação do produtor nos desejos e objetivos do consumidor, a lucratividade futura acaba ficando em jogo. Realmente, as empresas precisam ter uma atuação ambiental hoje que contribuam com o objetivo de seus consumidores”, complementou Sasine.

Encontrar uma solução única para o futuro das embalagens nos Estados Unidos é um desafio, segundo Sasine, devido às legislações ambientais, que variam no âmbito estadual e até mesmo local. No entanto, ele explicou ser possível apontar algumas tendências, como embalagens de menor gramatura e espessura, uso de resinas, produtos concentrados e substituição de materiais. “Não é claro, para nós, o que o consumidor não quer, mas já sabemos o que o consumidor quer”, avaliou Sasine.

“Existe uma embalagem para cada um”, o norte-americano declarou, trazendo exemplos de diferentes embalagens de feijão, do cru ao pré-pronto, feitas de materiais distintos e com tamanhos variados. O objetivo, segundo ele, não é eliminar as opções, mas oferecer as melhores escolhas para cada consumidor.

Ronald Sasine

Consultor Principal da Hudson Windsor Assessoria Empresarial Limitada, uma consultoria boutique focada em estratégia de embalagem, inovação em embalagem e embalagem sustentável.

Antes de fundar a Hudson Windsor, Ron atuou como Diretor Sênior de Embalagem para Walmart de 2009 a 2015, onde foi responsável pelo design de embalagens, execução e sourcing para as maiores marcas globais da empresa. Ronald é graduado pela John Hopkins University School of Advanced International Studies e Universidade Brigham Young. Além disso, atuou como professor adjunto no Sam M. Walton College of Business na Universidade do Arkansas.

 “A indústria brasileira de plásticos precisa se unir para valorizar o produto”, afirmou o presidente do Instituto SustenPlást

No debate final do 4º Congresso Brasileiro do Plástico (CBP), realizado em 08/06, com mediação de Alfredo Schimitt, especialistas e empresários do setor chegaram ao consenso de que há muitos desafios a serem superados, mas a cadeia produtiva do material precisa trabalhar unida para conscientizar a sociedade dos efeitos positivos da matéria-prima.

O 4CBP reuniu palestrantes nacionais e do exterior para discutir sobre temas relacionados à indústria do plástico e outras temáticas envolvendo o material. Alfredo Schimitt, que é presidente do Instituto SustenPlást que promove o CBP, reforçou o motivo a escolha da data para o evento: o Dia Mundial dos Oceanos, na Semana do Meio Ambiente.

No chat ao vivo, Alexander Turra, Professor Titular Instituto Oceanográfico da USP,  Marcos Iorio, Consultor Eco-Circular Projetos Regenerativos, Nuno Aguiar, Diretor Técnico da APIP, Albano Schimidt, CEO da Termotécnica, Manoel Lisboa, especialista em polímeros, Inovação e Novos Negócios, e Ronald Sasine, Consultor Principal da Hudson Windsor Assessoria Empresarial Limitada, falaram sobre variados temas, com destaque para os entraves ao avanço da Economia Circular no Brasil e a necessidade de valorização do plástico, pela própria indústria e pela sociedade.

Alfredo levantou o tema da carga tributária do Brasil, que limita em diferentes aspectos. Neste sentido, Sasine trouxe o exemplo dos Estados Unidos, onde existem as zonas de reciclagem, em que os impostos derivados da compra de maquinário, aquisição de terrenos e tudo o que se relaciona com a reciclagem recebe isenção de impostos durante um período. “Já é um grande incentivo ao avanço da reciclagem”, reforçou.

Sasine seguiu falando sobre a percepção da sociedade sobre o plástico: “as pessoas preferem ver o plástico no fim de sua vida útil como um problema, mas não valorizam os aspectos positivos que o envolvem”.

Albano complementou: “quanto mais qualificadas as empresas brasileiras estiverem para atender a demanda local, mais competitivas serão no cenário internacional, mas temos um trabalho grande a fazer com relação aos nossos produtos, no sentido da valorização. É preciso fortalecer a indústria de transformação de plástico no Brasil, para competir com os gigantes mundiais”.

Já Marcos complementou, destacando a inovação como motor da geração de valor. “Temos que encarar que é um problema complexo. O Brasil ainda carece de iniciativas inovadoras, está defasado na geração e execução de ideias. Não falando só de embalagens, mas de processos e logística, temos que pensar no que queremos gerar de impacto positivo. Para o setor de plástico, o material é incrível, mas precisamos mostrar o real valor do material à sociedade”, frisou.

Por fim, Turra destacou iniciativas como a Bluekeepers, que incentiva ecossistemas de inovação em nível municipal a partir de parcerias entre iniciativa privada, setor público e sociedade civil organizada. “O objetivo é ajudar que os processos sejam feitos de forma madura participativa diante da complexidade das situações de cada local e tem sido muito bem-sucedida”, avaliou.

(Fontes: Camejo Comunicação, Abiplast )