Com a crise econômica que vive o país, o comportamento do consumidor precisou se adequar à nova realidade, cortando alguns itens que já eram rotineiros ou escolhendo novos produtos e melhores maneiras de aproveitá-lo. Uma das adaptações foi no setor de higiene e beleza que, apesar da queda em vendas e de faturamento, conseguiu se reinventar e apresentar outras opções ao seu cliente, uma dessas mudanças foram nas embalagens, com formatos mais econômicos e com menor desperdício.
A Euromonitor destacou recentemente cinco tendências para o mercado de embalagem no Brasil, uma delas é a maximização do consumo. Segundo o instituto de pesquisa, os brasileiros estão mais ponderados no momento de escolher seus produtos e preferem aqueles que possuem embalagens mais inteligentes, observando detalhes como válvulas, local da tampa e vasilhame em que o produto pode ser totalmente aproveitado. A Euromonitor também destacou que as embalagens em formato pouches cresceram mais que as categorias mais tradicionais como vidro, metal e plástico rígido, com aumento de 10%.
Outro formato interessante ao consumidor é o squeezable, modelo que pode ser apertado e possui a tampa no final, o que garante que o produto inteiro seja usado. Outra boa opção são as embalagens com rótulos instrutivos que auxiliam o usuário a fazer o melhor uso ou refis que proporcionam economia na hora de comprar novamente o produto e são mais conscientes, pois descartam uma embalagem menor no ambiente.
De olho no comportamento dos consumidores, empresas de embalagens também vem se adequando para oferecer formatos inteligentes e que atendam às novas demandas. Exemplo disso é a Aptar, que possui um extenso portfólio de clientes nos segmentos de beauty e home care. Para maximização do consumo, a Aptar destaca dois produtos: o Proteo e o Cosm’in Personifica.
O primeiro é uma embalagem em sachê transportável de 50ml voltada a indústria varejista e projetado para atender categorias variadas de produtos de cuidados pessoais. “O Preteo é ideal para otimizar a experiência de compra dos consumidores finais e acelerar o crescimento e a receita da marca com opções promocionais, incluindo pontos de compra, amostragem e merchandising. Também devido à flexibilidade, toda a cadeia de suprimentos é impactada, pois conta com menor espaço para armazenamento e redução do peso da embalagem, que limita os custos de envio”, explica Mayara Caetano, coordenadora de desenvolvimento de mercado e personal care da Aptar.
A segunda é a voltada a empresas que demandam um conceito de embalagem que proporcione conveniência aos usuários que necessitam reaplicar o produto diversas vezes ao longo do dia. O Cosm’in facilita o transporte e armazenamento do produto e também sua reutilização, possibilitada pela tampa flip top. “É uma embalagem perfeita para o estilo de vida on-the-go do século 21, que demanda praticidade, individualização, comodidade e personalização. De manuseio simples, o sachê é voltado a categorias diversas dos segmentos cosméticos e personal care”, complementa Mayara.
Enquanto isso, a Antilhas, outro nome forte no mercado de embalagens, reforça que devido a boa aceitação do público pelas embalagens pouches – muito comum no segmento de alimentação – a empresa decidiu trazer esse conceito para a higiene pessoal, cosmética e perfumaria. “Apostamos em embalagens presenteáveis em stand-up pouche (SUP) que contam inclusive com fechamento ziploc e opção com metalização. Uma novidade que foi utilizada como embalagem presenteável reutilizável tanto no varejo, como em vendas diretas e que foi um sucesso de vendas”, conta João Elcio Luongo Junior, gerente comercial da unidade Antilhas Cartucharia.
Outro insight da fabricante é a glamorização da embalagem e a possibilidade de reuso pelo end user. O diferencial na gôndola, aliado ao contexto presenteável com garantia de vida mais longa da marca através da embalagem – além do apelo sustentável pelo não descarte na natureza – formam uma equação positiva em relação ao pilar econômico. Mirando em 2018, em que há previsões de melhora na economia, é necessário continuar oferecendo novidades. “Sentimos uma retomada gradual da atividade econômica no segundo semestre, mas o cenário ainda projeta desafios para nossa indústria devido ao aumento dos custos das matérias primas, lotes produtivos menores e redução nos lead-times de entrega exigidos pelos clientes. Porém o consumidor não pode perder a percepção de valor agregado ao produto através da embalagem”, opina o executivo da Antilhas.
Uma das apostas da empresa, ainda não muito explorada no mercado, são as embalagens com holografia. “A nova tecnologia para impressão em verniz holográfico permite manter o valor agregado ao produto a um custo competitivo e com menos impacto no meio-ambiente, por dispensar a laminação tradicional sobre o substrato. Um dos grandes diferenciais do acabamento em verniz holográfico é a possibilidade de aplicação na área total da embalagem ou a registro”, explica Luongo Junior.
Já a Aptar desenvolveu uma tecnologia de spray com ativação até três vezes mais prolongada chamada EuroMist Heaven. O dispensador assegura maior cobertura, fragrância uniforme e experiência sensorial, garantindo uma sensação ainda mais suave durante a duração do spray. A embalagem foi pensada para fórmulas à base de álcool e água. A solução conta com gesto de dispensa de maior cobertura que forma uma “fina névoa” e permite que menos partículas parem sobre uma área, dando uma sensação mais seca à pele.
A empresa também possui previsões para os próximos anos sobre tendências de embalagens, concluindo três grandes movimentos que vão impactar a indústria: conveniência, personalização e experiências sensoriais. “O mercado deve fornecer soluções que ajudem os consumidores a terem mais tempo para aproveitar a vida. Nossas pesquisas apontam, por exemplo, que as embalagens personalizadas e que facilitam o acesso ao produto vão se destacar ainda mais nos próximos anos. As marcas que criarem uma “aura de sensações” em torno dos seus produtos farão com que sejam mais lembrados pelo consumidor, saindo na frente dos concorrentes”, salienta o gerente comercial.
Mais produto, mais experiência
A Natura, desde 2013, investe em uma linha que possui muito das características citadas anteriormente, sendo um dos pilares a possibilidade de utilização até a última gota: a linha SOU. Segundo a empresa, a criação nasceu de um projeto inteligente que reduz materiais para gerar menos lixo, menos desperdício e menos impacto ambiental. O formato é único para toda a linha, apenas com cores que diferenciam as categorias de produtos, facilitando a escolha e criando uma identificação rápida e intuitiva. O design utiliza 70% menos plástico e propicia 60% menos emissões de CO2 que a média das embalagens convencionais do mercado, além de gerar três vezes menos resíduo. “Há muitos anos incentivamos o uso de refis, vegetalizamos nossas fórmulas, usamos ingredientes de fonte renovável e valorizamos a biodiversidade brasileira. Temos o compromisso com a redução das emissões de carbono e incluímos a tabela ambiental em nossos produtos.
Estudamos a cadeia de ponta a ponta para otimizar recursos, ganhar eficiência e reduzir impacto ambiental em cada etapa do processo. Isso tudo também gerou uma economia no processo, o que nos possibilitou oferecer preços mais econômicos. Queremos democratizar a sustentabilidade, ampliar o convite a um novo consumo e oferecer toda a qualidade Natura para muito mais gente”, finaliza Fabiana Pellicciari, gerente de Marketing de SOU da Natura.
Todas estas tendências de mercado e comportamento serão apresentadas na FCE Cosmetique, que acontece entre os dias 22 a 24 de maio de 2018, no São Paulo Expo. Credencie-se para o evento e tenha acesso a conteúdos exclusivos e de relevância para o setor.