O 8º Seminário de Competitividade, promovido pela Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST), propôs uma reflexão sobre o futuro da indústria do plástico e a sua relação com a Economia Circular e a Indústria 4.0.
O presidente da entidade, José Ricardo Roriz Coelho, ressaltou que a indústria 4.0 não é algo “fora da realidade” ou algo que exige investimentos altíssimos, mas sim utilizar as tecnologias de ponta já disponíveis para melhorar a produtividade de sua empresa. A ABIPLAST vem firmando parcerias com várias instituições para facilitar o acesso do setor às informações e formas de agregar tecnologias às empresas.
“Indústria 4.0 é sobre integrar e facilitar a comunicação entre a cadeia de valor e municiar as empresas de instrumentos que analisem os dados gerados no processo, possibilitando que se evite ou identifique possíveis problemas de produção – e os corrija – a um custo bem menor”, conclui Roriz.
A indústria química também foi convidada a participar do encontro e teve a oportunidade de apresentar seu posicionamento sobre a Economia Circular. Na visão da palestrante Fabiana Quiroga Garbin, diretora da Braskem, a palavra-chave para a Economia Circular é cooperação. Além disso, ela defendeu que é preciso engajar os consumidores, mostrar a importância ambiental, econômica e social do material reciclado e que novas formas de comportamento trazem oportunidades para os transformadores do setor plástico.
Para debater o tema “Para onde o vento sopra – O futuro do plástico em seus principais mercados” foram convidados especialistas de diversas áreas que tiveram o desafio não apenas de trazer informações atualizadas e tendências de consumo, mas também provocar um questionamento que pudesse balizar planos estratégicos das empresas.
A consultora Giovanna Fischer, da Kantar Worldpannel Brasil, apresentou como a atual conjuntura econômica e política e estratégias de promoção, bem como o impacto dos valores reconhecidos de uma marca, afetam a decisão de compra do consumidor. Enquanto Vanessa Mathias, da White Rabbit, abordou como é o relacionamento das novas gerações com o consumo e de que maneira os movimentos de determinados grupos de pessoas sinalizam o surgimento de uma tendência. Segundo Vanessa, estar atento a essas mudanças poderá contribuir para que empresas antecipem posicionamentos e as utilizem a seu favor.
O mercado denominado “atacarejo” corresponde hoje a 15% das vendas de itens de consumo doméstico. Seu principal apelo é o preço, o que faz com que 56% da população brasileira faça suas compras neste tipo de loja. Paralelamente a esse fenômeno, as compras em e-commerce crescem e faturam aproximadamente R$ 69 bilhões, sendo que cerca de 220 milhões de pedidos tem ticket médio de R$ 310,00. O consultor Celso Negrão Gonçalves debateu sobre a falta de produtos específicos para esses canais, e como o setor poderia explorar melhor esse mercado. Também enfatizou que vivenciamos a era da experiência e que as embalagens também precisam ser positiva e emocionalmente impactante.
Como a inovação colaborativa promove a diversidade de conhecimento e o envolvimento de diferentes áreas na busca de soluções foi o tema abordado por Yuri Tomina Carvalho, gerente de desenvolvimento de mercado de PE da Braskem. Segundo ele, a abordagem da Braskem para embalagens está ligada a esse conceito de trabalho em rede e colaboração de departamentos diversos como os de reciclagem, sustentabilidade, análise de ciclo de vida, etc.
Já a revolução que a manufatura aditiva e a impressão 3D proporcionam para o dia a dia dos transformadores plásticos e recicladores foram os assuntos apresentados por Fabio Lamon da Braskem e Klaus Gargitter, da Monster Filamentos – respectivamente.