Termo é empregado para designar o mínimo necessário para entregar todas as características que dão qualidade a um produto
São Paulo, outubro de 2019 – Entre as inovações que o mercado de embalagens trouxe estão as feitas com material 100% reciclável e completamente livres de parabenos e ftalatos; com redução de 70% do plástico em sua composição e ainda as bioembalagens, com matérias-primas renováveis e que podem ser descartadas em compostagens ou servir de ração animal, por exemplo.
Esses e outros exemplos demonstram o que a nova era da produção de embalagens busca: o chamado resultado ótimo. Conceito integrado a metodologia do design sistêmico –termo que designa uma visão mais holística da inovação — seu objetivo é o de empregar o mínimo necessário na produção e mesmo assim garantir o padrão de qualidade do produto.
E a prova de que essa inovação não está necessariamente ligada a um custo maior ao consumidor foi dada pela Natura ao lançar a linha Sou, que utiliza 70% menos plástico do que uma embalagem convencional. Além de garantir uma redução de impacto em todo o ciclo de vida do invólucro, a embalagem permite usar todo o produto até a última gota e gera menor resíduo quando descartada. “O que o cliente viu foi um produto com valor menor por ter sido tirado tudo o que era desnecessário para manter a qualidade do produto”, afirma o designer Barão Di Sarno, um dos maiores especialistas do setor e sócio da Questtonó, a consultoria de inovação e design que integrou a equipe das novas embalagens da Natura.
A Questtonó também foi a agência que participou do desenvolvimento das novas embalagens da linha Muita Fruta, da Fruttare (Kibon). Esta foi a primeira vez que a empresa usou o recurso de transparência, mantendo a mesma qualidade já conhecida pelos clientes da marca.
“Uma embalagem tem múltiplas funções. E em cada desafio que a gente recebe é preciso perguntar a função de cada item, se ele é necessário e se é possível suprir de outras maneiras. Precisamos entender se é esse dado da embalagem é só promocional, se pode ser entregue com menor impacto, quais são as características de conservação, se pode ter uma logística de distribuição diferente, se precisa de tanta embalagem para conservar etc”, afirma Di Sarno.
Sem parabeno
Conservante amplamente empregado na indústria, o parabeno é utilizado nas embalagens para evitar o crescimento de fungos e bactérias. Os efeitos nocivos deste conservante têm sido alvo de discussões e estudos, chamando a atenção até de órgãos reguladores mundiais.
Neste ano, a Paris Elysees, marca internacional de cosméticos, lançou a linha de hidratantes Body Lotion. Os frascos são feitos com material 100% reciclável e totalmente livres de parabenos e ftalatos. “A empresa evita o uso de componentes que possam impactar negativamente e levar prejuízo à saúde de seus consumidores”, conta o diretor da empresa no Brasil, Laurent Morcrette.
Pesquisa e desenvolvimento
Em alguns casos, a própria embalagem pode ser consumida. Já imaginou, por exemplo, colocar a embalagem no forno sem precisar descartá-la? Isso já é possível. Ao menos é o que aponta um projeto desenvolvido por pesquisadores da Embrapa Instrumentação. Eles desenvolveram películas de tomate para envolver a pizza que, ao ser aquecida, se incorpora ao alimento.
Pesquisadores do LEA (Laboratório de Engenharia de Alimentos) da Poli (Escola Politécnica) da USP já desenvolveram embalagens de origem vegetal com o objetivo de substituir o plástico. Uma delas é feita de amido de mandioca com adição de uma substância derivada de casca de uva. Ela pode indicar, por exemplo, se uma carne vermelha ou um peixe já estão em estado de deterioração e não podem mais ser consumidos. São as chamadas embalagens inteligentes, que podem ainda detectar oscilações de temperatura e se a fruta está madura para o consumo pela mudança de cor. Outra linha de pesquisa busca o desenvolvimento de embalagens ativas, capazes de interagir com o alimento para prolongar o seu prazo de validade.
Quem já saiu na frente e comercializa as inovações é a empresa Oka, de Botucatu (interior de São Paulo), que desenvolve bioembalagens há 15 anos. Entre os produtos que já desenvolveu está o recipiente para ovos totalmente compostáveis. A cinta da caixa é feita em papel semente, que pode ser plantada na própria embalagem dos ovos.
Essas e outras soluções que atendem com precisão às necessidades das indústrias de Alimentos, Bebidas e Embalagens no Brasil e na América Latina estarão na INTECHTRA, nova feira técnica promovida pela Messe München do Brasil, que acontecerá entre os dias 31 de março e 3 de abril de 2020 no Expo Center Norte, em São Paulo. O evento reunirá expositores nacionais e internacionais dos setores de tecnologias para envase e embalagem, processamento de alimentos e bebidas, automação, matérias-primas, ingredientes, componentes e soluções logísticas.
A Messe München do Brasil será apoiada pela bem-sucedida equipe drinktec, em Munique, e por uma forte rede de especialistas do setor na América Latina. Além disso, a INTECHTRA se beneficiará do conhecimento intersetorial da Messe München, que organiza feiras líderes também ou outros mercados, como analytica, AUTOMATICA e IFAT, entre muitas outras.
Com a INTECHTRA, a Messe München entregará, mais uma vez, uma fonte local para soluções personalizadas e uma plataforma de primeira linha para inovação.
Saiba mais sobre a INTECHTRA em www.intechtra.com.br