Erika Bernardino
Um avanço impressionante levou a energia eólica a se tornar uma das principais fontes de eletricidade no Brasil, com participação de 10% na matriz nacional. Em dez anos, a capacidade instalada saltou de menos de 1 gigawatt para os atuais 19 gigawatts. Graças a novos parques, o potencial de geração deve alcançar 30 gigawatts até 2024, prevê a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica). O cenário é animador para as espumas de PET (polietileno tereftalato) ArmaPET™ Struct, da Armacell, cada vez mais presentes em partes estruturais, como pás e naceles, dos aerogeradores.
Combinadas a outros materiais, como fibra de vidro e resinas, as espumas ArmaPET™ Struct são utilizadas na produção de compósitos para a moldagem das pás e da nacele – gabinete que fica no topo da torre do aerogerador e que abriga o gerador, o transformador, a caixa de multiplicação (transmissão) e outros componentes do sistema de geração eólica.
“Os compósitos que utilizam núcleo em PET são ideais para os geradores eólicos porque viabilizam estruturas de altíssima resistência mecânica, porém leves, garantindo desempenho adequado aos rigores da aplicação”, explica Rogério Sanches, gerente de Desenvolvimento de Negócios da Armacell na América do Sul. A leveza se deve à estrutura de células fechadas das espumas, resultante da injeção de um gás inerte no processamento do material plástico.
“Uma pá de aerogerador pode ter mais de 80 metros de comprimento, pode pesar mais de 10 toneladas e está constantemente submetida a esforços gigantescos quando em operação. Isso dá ideia do quão tecnologicamente avançado deve ser o seu material estruturante”, ressalta o executivo. Segundo ele, mais de 120 mil pás de geradores de energia eólica já foram fabricadas mundialmente com ArmaPET™ Struct.
Pioneirismo, responsabilidade e competitividade
A Armacell foi pioneira ao desenvolver, em 2005, núcleos de espuma estrutural à base de PET para a indústria de compósitos. Desde então, investiu significativamente em pesquisas e criou uma tecnologia de processo para a produção de espumas a partir de garrafas de bebidas PET pós-consumo.
Em 2010, a empresa lançou o primeiro núcleo de espuma estrutural do mundo baseado em plástico PET 100% reciclado (rPET). “Hoje, todo o nosso portfólio de produtos de espuma PET baseia-se nessa tecnologia patenteada. Já reciclamos mais de 1,7 bilhão de garrafas, em escala mundial, dentro das nossas atividades”, afirma Sanches. As espumas de PET utilizadas para compósitos de pás, naceles e outras peças também podem ser recicladas após o fim da vida útil. De acordo com o gerente de Desenvolvimento de Negócios da Armacell, esse é um diferencial em relação às espumas concorrentes para aplicação em componentes para energia eólica, entre elas as de PVC.
Segundo Sanches, contudo, o fator que mais tem colaborado para a difusão dos compósitos de espuma de PET entre a indústria de peças para energia eólica é o preço competitivo aliado à excelente processabilidade, “que atende muito bem aos requisitos e desafios técnicos da fabricação”. Não à toa, situa o executivo, algo em torno de 90% da produção nacional de naceles para aerogeradores já utiliza a tecnologia da Armacell. No caso das pás, a participação fica próxima de 40%, mas em viés ascendente.
De acordo com a Associação Latino-Americana de Materiais Compósitos (ALMACO), o uso de compósitos de PET em geradores de energia eólica vem crescendo e já é responsável pelo quinto maior escoamento dos produtos na região (6%). “A valorização do dólar e o aumento expressivo dos fretes internacionais têm valorizado a indústria nacional de componentes para aerogeradores. Por isso, a perspectiva é de ventos ainda melhores para a tecnologia da Armacell”, finaliza Sanches.
Fonte: Armacell