Entidade que representa a indústria de saneantes do Brasil entende que a indústria de produtos de limpeza instalada aqui tem muito espaço para crescer, no mercado externo, com unificação regulatória e simplificação de impostos.
A recuperação na fabricação de produtos de limpeza no Brasil, em 2023, instiga a ABIPLA – Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional a reforçar seu apoio às reivindicações do setor químico brasileiro, que enfrenta alta ociosidade, e defender uma maior convergência regulatória com os países vizinhos, como uma forma de alavancar a fabricação de químicos no país, voltados à exportação, principalmente, no que diz respeito a saneantes, para a América Latina. “A crise pela qual a própria indústria de saneantes passou em 2022 tem relação com os principais pleitos de todo o setor químico nacional, como os altos custos de energia e combustíveis e a excessiva carga tributária brasileira”, afirma Paulo Engler, diretor-executivo da ABIPLA.
Engler recorda que, em 2022, a indústria de saneantes sofreu uma queda de 5,7% no volume de produção, justamente, por conta da pressão de custos acumulada desde o início da pandemia. Em 2023, no entanto, o segmento se recuperou, com uma evolução de 5,8% até o mês de outubro. Apesar da melhora no ano, o diretor-executivo da entidade destaca que o setor ganharia muito mercado com medidas pontuais, como um maior alinhamento regulatório e comercial com os principais países da América Latina e com um universo tributário simplificado e com custo menor que o atual.
“As empresas brasileiras de produtos de limpeza, que são parte importante do setor químico nacional, podem ter um ganho relevante de mercado e produção se tiverem normas regulatórias unificadas e maior envolvimento comercial com as principais economias da América Latina, já que teriam sua capacidade de exportação ampliada. O Brasil tem potencial para liderar esse movimento e esperamos que, com a reforma tributária, tenhamos um cenário menos complexo quanto ao recolhimento de impostos, o que, por si só, já aumentaria a competitividade das empresas do País”, analisa.
Oportunidades a serem aproveitadas
Engler destaca que, como muitos fabricantes de produtos de limpeza do Brasil já operam em padrões mundiais de armazenamento, produção, formulação, envase e distribuição, há um grande espaço para penetração na América Latina e em outras regiões do planeta. “Hoje, as exportações da indústria de produtos de limpeza nacional estão abaixo de 0,5%. Nosso 3º maior mercado de exportação é a Bélgica. Essas duas informações nos dão duas premissas interessantes: nossos produtos estão em linha com as exigências regulatórias de países bastante exigentes, como os da Europa, e temos muitas oportunidades a serem aproveitadas internacionalmente”, completa.
Sobre a ABIPLA
Fundada em 1976, a Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional (ABIPLA) representa os fabricantes de sabões, detergentes, desengordurantes, produtos de limpeza, polimento e inseticidas domissanitários, promovendo discussões sobre competitividade, inovação, saúde pública, marcos regulatórios e consumo sustentável. O setor movimenta R$ 32 bilhões anuais e responde por cerca de 92 mil empregos diretos.
Perfil do porta-voz
Paulo Engler é formado em Direito pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho e Mestre em Direito Tributário pela PUC-SP. Ocupou cargos de direção em multinacionais e em associações setoriais de grande porte. Atualmente, é diretor-executivo da ABIPLA.