Posicionamento Plastivida sobre canudos plásticos

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), e o governador do estado, João Doria, sancionaram projeto de lei que proíbe o comércio de distribuir canudos plásticos para o consumo de bebidas.

A Plastivida é uma entidade que atua de maneira colaborativa, por meio da educação ambiental e realização de projetos nas áreas de sustentabilidade para disseminar informações precisas e científicas sobre os plásticos, suas propriedades, aplicações, reciclabilidade uso responsável e descarte adequado, com o objetivo de contribuir com o desenvolvimento social e ambiental.

Assim sendo, a entidade se posiciona contrária a normas restritivas aos plásticos, pois se trata de um material em total sinergia com o conceito de Economia Circular e com os três pilares da sustentabilidade – social, econômico e ambiental. A vilanização de um determinado produto não promove a mudança no hábito consumo e descarte das pessoas. O que faz isso é a educação ambiental.

Os canudos, por exemplo, foram criados para oferecer higiene, conforto e bem-estar às pessoas. O banimento do canudo plástico não educa o consumidor a consumir menos. Não sensibiliza os estabelecimentos comerciais (lanchonetes, bares e restaurantes) a separarem seus resíduos para a reciclagem. Não incentiva o poder público a ampliar a capilaridade dos serviços de coleta seletiva para que os recicláveis cheguem às empresas de reciclagem, que inclusive hoje atuam com ociosidade por falta de material a ser reciclado.

O banimento do canudo somente priva as pessoas de seus benefícios. Pior: a substituição dos canudos plásticos por canudos de outros materiais somente mudam o tipo de matéria prima que amanhã será encontrada jogada nas ruas, nos rios e mares.

Precisamos aprender a consumir conscientemente e a descartar corretamente os produtos – sejam plásticos ou não – após o seu uso. Só assim vamos mudar a realidade da reciclagem no Brasil.

O principio da Economia Circular só será efetivado de investirmos na difusão do consumo consciente, sobre a necessidade da redução do desperdício e a importância da coleta seletiva. Em complemento, a Economia Circular depende também de um poder público atuante no que diz respeito à coleta seletiva.

Um produto coletado e reciclado preserva o meio ambiente, gera emprego e renda. Ou seja, a sociedade, os catadores, a indústria de reciclagem, o poder público e, principalmente, o meio ambiente ganham quando são incentivadas ações voltadas à educação.

Antes tínhamos 1 tipo de canudo, o plástico, e extrema dificuldade em lidar com seu consumo consciente e descarte correto. Hoje, com as leis de banimento, temos 8 tipos de canudos e continuamos sem saber como nos relacionar com seu consumo e descarte, pois cada um exige uma forma diferente de tratamento.

O que aprendemos com o banimento? Nada, mas vamos continuar consumindo canudos exageradamente; vamos usar mais e mais água para lavar as novas versões em vidro ou alumínio, sem a segurança da higienização adequada; vamos continuar a descartar de forma incorreta as atuais alternativas de uso único.

Acreditamos que as normativas que discutem restrição e o banimento dos plásticos são um desserviço à sociedade. É a contramão do processo de sustentabilidade, pois não agregam informação, não educam e atrapalham a construção de uma sociedade mais responsável. Eliminam os benefícios dos plásticos, que levaram anos para serem desenvolvidos com seus respectivos propósitos e funções e, por fim, não geram ganhos ambientais.

Miguel Bahiense
Presidente
Plastivida