Embrionária no Brasil, implementação da Indústria 4.0 é necessária para evolução industrial do País

Conceito proposto há cerca de cinco anos pelo governo alemão, e que envolve as principais inovações tecnológicas dos campos de automação, controle e tecnologia da informação, aplicadas aos processos de manufatura, o termo Indústria 4.0 representa um novo período no contexto das grandes revoluções industriais do mundo.

A partir de Sistemas Cyber-Físicos, Internet das Coisas e Internet de Serviços, os processos de produção tendem a se tornar cada vez mais eficientes, autônomos e customizáveis. Com as fábricas inteligentes, diversas mudanças ocorrerão na forma em que os produtos serão manufaturados, causando impactos em diversos setores do mercado.

O fundamento básico da Indústria 4.0 implica que conectando máquinas, sistemas e ativos, as empresas poderão criar redes inteligentes que podem controlar os módulos de produção de forma autônoma, ao longo de toda cadeia de valor. A partir disto, fábricas inteligentes terão a capacidade e autonomia para agendar manutenções, prever falhas nos processos e se adaptar aos requisitos e mudanças não planejadas na produção.

Em processo de implantação em alguns lugares do mundo, a quarta revolução industrial está ainda distante quando o assunto é Brasil.

De acordo com o presidente da MOVERGS, Volnei Benini, atualmente, a implementação da Indústria 4.0 é ainda embrionária nos setores produtivos brasileiros. “É preciso vê-la como um instrumento para a modernização,  melhoria da competitividade, da sustentabilidade e eficiência do setor”, sinaliza.

Para o executivo, os avanços tecnológicos da última década, aliados às tecnologias em desenvolvimento nos campos de inovação da informação e engenharia, tornam a revolução industrial uma realidade totalmente possível.

Segundo Benini, um dos maiores impactos causados pela indústria 4.0 será a mudança que afetará o mercado como um todo e que consiste na criação de novos “modelos de negócios”. “A customização do produto por parte dos consumidores tende a ser uma variável a mais no processo de manufatura, mas as fábricas inteligentes serão capazes de levar a personalização de cada cliente em consideração, se adaptando as preferências e estilos”, projeta.

Outra área que será impactada pela quarta revolução industrial é a de pesquisa e desenvolvimento nos campos de segurança em T.I, confiabilidade da produção e na interação máquina-máquina. “Os profissionais também precisarão se adaptar, pois com as fábricas ainda mais automatizadas novas demandas surgirão enquanto algumas deixarão de existir”, explica o executivo, que completa: “Por outro lado, as demandas em pesquisa e desenvolvimento oferecerão oportunidades para profissionais tecnicamente capacitados, com formação multidisciplinar para compreender e trabalhar com a variedade de tecnologia que compõe uma fábrica inteligente”.

O presidente da MOVERGS complementa que para implantar a Indústria 4.0 no Brasil serão necessários investimentos e também a “tomada de decisão”. “O Brasil precisa iniciar o processo de discussão e implementação, pois um projeto dessa envergadura impactará diretamente as indústrias”, explica.

A Indústria 4.0 será abordada no Seminário Internacional organizado pela MOVERGS, que ocorrerá durante a FIMMA Brasil, no dia 30 de março de 2017. A finalidade da ação é colocar o assunto em pauta junto ao setor, construindo, a partir do entendimento e compreensão do tema, uma agenda futura para a indústria moveleira nacional.

Mais informações sobre a MOVERGS:

Com mais de 28 anos de atuação, a MOVERGS representa mais de 2.750 indústrias moveleiras no Estado, e tem como lema “unir para fortalecer, renovar para crescer”. Em 2015, somente em Bento Gonçalves, o setor moveleiro faturou R$ 2,2 bilhões entre 300 empresas do segmento. A indústria totaliza no município mais de mil empresas e 20 mil empregos gerados. Dentro da indústria de transformação, a área moveleira é a que mais emprega. É, portanto, de significativa contribuição para o desenvolvimento econômico e social da cidade que é um dos principais polos do segmento no Brasil.

O Rio Grande do Sul tem, atualmente, 2.750 empresas moveleiras, que respondem por 18,4% do total de móveis fabricados no Brasil. Essa participação confere ao Estado posição de liderança como maior produtor do país. No ano passado, as indústrias de móveis faturaram R$ 6,73 bilhões e exportaram mais de U$ 183 milhões. Também foram responsáveis pela geração de mais de 39 mil empregos. Tais indicadores demonstram o quão representativo é o segmento no contexto da economia gaúcha, tanto pela geração de renda e tributos, quanto de postos de trabalho. 

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